terça-feira, 2 de abril de 2013


Fome e desperdício

A fome atinge 850 milhões de pessoas no mundo
Pesquisa confirma que quase a metade dos alimentos produzidos no mundo é jogada no lixo.

Segundo o último relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), referente aos anos 2010, 2011 e 2012, cerca de 12% do total da população mundial padece de fome. Essa porcentagem representa mais de 850 milhões de almas, a maioria proveniente de países pobres e em desenvolvimento, que não têm de onde tirar a nutrição necessária para sua sobrevivência.
Infelizmente, esse dado não é novo, assim como também não é novidade a ironia funesta de que nunca antes se produziu tanto alimento no mundo. Algo está terrivelmente errado no comércio mundial de alimentos, a começar pelo fato de que apenas um punhado de empresas transnacionais controla o mercado internacional de alimentação.
Tal situação deveria ser, no lugar de qualquer outra, a mais importante, aquela a chamar mais a atenção de governos, ONGs e sociedades civis de todo o planeta. O alimento necessitaria ser, na prática, um direito de qualquer ser humano, assim como o ar e a água.
Se, de um lado, uma massa infeliz de seres humanos não tem o que comer, de outro, existe a abundância e a superabundância de todos os tipos de alimentos.
E, como se a ironia funesta não pudesse piorar, uma pesquisa publicada recentemente pelo Instituto de Engenharia Mecânica do Reino Unido (IMechE) confirma que quase metade (sim, metade) da comida produzida no mundo é jogada fora, montante que serviria para alimentar parte significativa das pessoas que precisam dela, com café da manhã, almoço e jantar. O desperdício se dá desde a colheita, passando pelo transporte, armazenamento e processamento, até chegar às nossas despensas, ao processo culinário e aos nossos hábitos alimentares.

O consumo consciente de alimentos pode ajudar a evitar tanto desperdício
Consumo consciente

Sendo assim, o que nós, pessoas comuns, poderíamos fazer para amenizar um pouco a condição de fome de parte da humanidade ou essa conjuntura de desperdício originada por uma sociedade que subverteu o consumo em consumismo?
A ONG Banco de Alimentos propõe sugestões simples, ao alcance de todos nós. Que tal, a partir de agora, tentar praticar um pouco de mudança de hábitos? Vejamos:

·          Antes de ir ao mercado, verifiquemos em casa quais produtos precisam realmente ser adquiridos, evitando o estoque de alimentos;
·          Consideremos as promoções com parcimônia; antes de comprar dúzias de algum produto só porque ele está mais barato, pensemos se os consumiremos todos antes que finde a data de validade;
·          Levemos uma lista de compras, evitando a aquisição de produtos desnecessários;
·          Deixemos a velha ideia de “compra do mês” de lado; passemos a ir a supermercados, feiras, varejões e açougues semanalmente, evitando o envelhecimento dos alimentos e, por consequência, a sua inutilização;
·          Se, ainda assim, frutas e legumes ficarem meio velhinhos, não os joguemos fora sem antes confirmar se é possível cortar aquele pedaço mais escuro ou amassado – a aparência não precisa ser perfeita para que frutas e legumes estejam aptos a ser consumidos;
·          Prestemos mais atenção nas datas de validade e guardemos os alimentos nas geladeiras e despensas de modo a deixar os que vão vencer primeiro na frente;
·          Para que frutas, hortaliças e legumes durem mais tempo, a higienização é fundamental; assim, lavemos, sequemos e acondicionemos esses produtos em embalagens fechadas. Isso evita a proliferação de bactérias;
·          Antes de cozinhar, verifiquemos quais alimentos estão mais próximos da data de validade, ou quais parecem que vão estragar primeiro. Escolhamos, então, um cardápio que os privilegie;
·          Na hora de cozinhar, aproveitemos os alimentos integralmente, inclusive aquelas partes não tão convencionais, como talos, folhas e sementes.

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