quarta-feira, 13 de junho de 2012

Estudantes aprendem a reciclar e a formular ações de cidadania

Na escola José Elias da Rocha, de Ponta Grossa, professores constatam que a autoestima dos estudantes aumenta quando percebem que são capazes de fazer coisas bonitas e úteis a partir de material reciclado (foto: arquivo da escola)Duas escolas do interior paranaense desenvolvem projetos destinados a despertar nos estudantes a consciência ambiental. Em ambas, o lixo é reciclado, reutilizado e reduzido com a participação dos alunos. Mauricéia Aparecida de Castro, professora do Colégio Estadual José Elias da Rocha, de Ponta Grossa, destaca a importância de os professores, como formadores de opinião, incentivarem os alunos a formular ações de cidadania. Ítalo Ariel Zanelato, do Colégio Estadual Leonilda Papen, do município de Mercedes, salienta que cabe à escola incutir nos estudantes a cultura de preservação do meio ambiente.

Formada em ciências biológicas, com 20 anos de magistério, Mauricéia desenvolve, desde 2000, o projeto A Reciclagem como Cultura Ambiental na Escola, destinado a viabilizar a reciclagem de resíduos sólidos durante atividades curriculares. Outra meta é promover a integração com a comunidade local e transmitir valores éticos, atitudes e comportamentos ecologicamente corretos.

Segundo Mauricéia, os alunos gostam das atividades de reaproveitamento de materiais recicláveis. Com jornais velhos, confeccionam vasos de flores e bijuterias; com garrafas plásticas, montam brinquedos e pufes. Potes de vidro são reaproveitados para guardar condimentos e balas e embalagens de leite dão origem a sacolas. Bolsas podem ser feitas com lacres de latinhas de alumínio. Óleo de fritura é destinado à produção de sabão. De acordo com a professora, a autoestima dos estudantes aumenta quando percebem que são capazes de fazer coisas bonitas e úteis.

Mauricéia, que leciona ciências a estudantes do ensino fundamental e biologia aos do ensino médio, cadastrou o colégio em campanha de reciclagem promovida por um fabricante de produtos verdes. Os alunos coletam embalagens diversas e as enviam à empresa via Correios, com porte pago. A atividade recebe uma pontuação e, ao atingir um índice predeterminado, o valor é revertido em dinheiro para a escola.

Formação — No Colégio Leonilda Papen, o grêmio estudantil mobiliza os alunos para a coleta de lixo reciclável na escola, em casa e nas casas de parentes. Esse lixo, segundo o professor Zanelato, coordenador do grêmio, é encaminhado a cooperativas de reciclagem. O dinheiro arrecadado é usado na manutenção da horta escolar.

“A iniciativa é de fundamental importância, pois coloca os alunos em ação, rompe com a inércia e desenvolve a consciência correta em relação ao uso racional dos resíduos naturais”, avalia o diretor da escola, Carlos Seibert, graduado em educação física e em ciências sociais, professor desde 1988. “Além de contribuir para a formação do aluno, a ação torna-se instrumento de formação de toda a família, multiplicando assim sua abrangência.”

Os professores também incentivam os alunos a doar o papel de todas as provas e trabalhos feitos para a reciclagem. Segundo Zanelato, estão envolvidos nas atividades estudantes de turmas do sexto ano do ensino fundamental até a terceira série do ensino médio. “É de essencial importância educar nossos alunos para serem cidadãos conscientes, éticos, morais, pensadores e responsáveis por tudo o que produzem, inclusive lixo”, diz Zanelato, formado em filosofia. “Nossa expectativa é que o aluno, além de olhar para a sociedade consumista de forma crítica, possa colocar-se como sujeito da história e entender que ele também é responsável pelo meio ambiente em que vive e pela sua preservação.”

Ana Júlia Silva de Souza

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Palavras-chave: conservação, lixo, reciclagem

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