segunda-feira, 8 de abril de 2013


Câncer: descoberto gene relacionado às metástases

Capa da revista na qual foi publicado o trabalho
Descoberta de gene envolvido no processo metastático pode mudar toda a concepção e visão dos trabalhos científicos.

Grupo espanhol formado por pesquisadores do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) e da Universidade Miguel Hernández de Elche, coordenado por Ángela Nieto, descobriu a existência de um gene que acompanha ascélulas móveis tumorais durante o percurso delas. Esse trabalho foi publicado originalmente na revista científica internacional Cancer Cell.

A descoberta desse gene é um evento muito importante para próximos estudos sobre o câncer, uma vez que o processo de formação de metástases é, ainda, bastante desconhecido. As metástases são propagações tumorais instaladas em locais distantes do tumor original. Isso acontece porque as células tumorais desprendem-se do tumor original e deslocam-se pelo organismo da pessoa até parar em uma determinada região e promover o desenvolvimento de novos tumores. Pacientes que apresentam metástases têm menores chances de sobrevivência que os demais.

O gene, chamado de "Prrx1", encontrado nesse estudo já era conhecido pelos cientistas, só que até então ele estava associado exclusivamente ao processo de desenvolvimento embrionário. Os pesquisadores descobriram que o “Prrx1” é responsável pela movimentação da célula tumoral e, que, quando não está sendo expresso, a célula deixa de se movimentar e passa apresentar propriedades semelhantes às das células-tronco, sendo muito eficientes na formação de metástases.

Muitos estudos ainda são necessários para tentar identificar os sinais moleculares que são responsáveis pela repressão do gene Prrx1
Segundo Ángela, o grande desafio agora é identificar os sinais moleculares que fazem com que esse gene pare de se expressar em determinado local do organismo, criando as metástases. Assim que encontrar essas respostas, os pesquisadores poderão enfim desenvolver tratamentos específicos que impeçam a repressão do gene e, consequentemente, o início da metástase.

Essa descoberta contraria tudo que se pensava sobre o tratamento mais adequado para evitar metástases, pois os cientistas acreditavam que deveriam bloquear a movimentação das células tumorais. Com os resultados desse trabalho, fica evidente que o mais adequado é evitar atacar a mobilidade das células tumorais, já que é impossível evitar que essas células se desprendam do tumor primário.

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