quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Os tênis de Maria Antonieta

Imagem Deliberadamente, a diretora Sofia Coppola deixou um par de tênis aparecer na cena em que Maria Antonieta experimenta uma série de sapatos. O problema é que, na época, ainda não existiam tênis, muito menos os da marca Converse (mais conhecida como "All Star" no Brasil), que só foi criada mais de cem anos depois, quando o basquete começou a se popularizar nos Estados Unidos
Quando se analisa a história da sétima arte e a produção de filmes como “Cleópatra” (1917), “O Encouraçado Potemkin” (1925), “Spartacus” (1960), “Apocalypse Now” (1979), “Titanic” (1997) e “Troia” (2004), dentre inúmeros outros, parece o caso de se concluir que o cinema sempre se atraiu pelos fatos memoráveis da humanidade. Os chamados “filmes de época” pretendem ser recortes parciais e estilisticamente trabalhados do real, elaborados com vistas a recontar o passado com base em textos que tangenciam o ficcional e o não ficcional. Tendo em vista essa frequente promessa de realismo, é curioso analisar o filme americano “Maria Antonieta”, de 2006, dirigido por Sofia Coppola e com Kirsten Dunst no papel principal.

Em determinada cena do filme, os espectadores mais atentos devem ter se assustado com a anacrônica presença de um par de tênis dentre os sapatos da rainha francesa. A cena é rápida e transcorre mais ou menos da seguinte maneira: ao percorrer o armário de Maria Antonieta, a câmera mostra um par de tênis - possivelmente da marca Converse All Star - em meio a dezenas de sapatos de época. O problema é que o filme se passa entre 1770 e 1789, mas os tênis só começaram a ser desenvolvidos ao longo do século seguinte. A própria marca Converse, mostrada no filme, surgiu apenas em 1917, época em que o basquete entrou na moda nos Estados Unidos.

Apesar de durar, aproximadamente, um segundo, a cena em que os tênis de Maria Antonieta aparecem no filme de Sofia Coppola causou enorme furor entre críticos e cinéfilos. Para muita gente, tratou-se de um inaceitável desrespeito para com o público. Menos ortodoxos, alguns expectadores imaginaram que a presença dos tênis tivesse sido um mero erro de gravação. Para outros, tudo não passara de uma estratégia publicitária chamada de “product placement”, mais conhecida, no Brasil, pela expressão “merchandising”. Também houve quem considerasse que a colocação dos tênis tivesse sido traquinagem da diretora. Nessa linha, a própria Sofia se pronunciou sobre o tema, reconhecendo que “Nós decidimos deixar o tênis em cena, você sabe, só para ter um elemento de brincadeira... É um universo adolescente... e, bem, por diversão... porque eu pude”.

Para o bem ou para o mal, o fato é que a película de Coppola conquistou o prêmio Oscar de Melhor Figurino, fato que, talvez, endosse o direito da sétima arte de ser anacrônica. Aos incomodados, os livros de história!

Doutor é quem tem doutorado?

Entenda por que o uso de “doutor” para médicos e advogados não é uma questão puramente gramatical.

Imagem A medicina é um curso cujos graduados recebem o título de “doutor”
A palavra “doutor”, no dicionário Houaiss, é classificada como substantivo. Usamos doutor quando um pesquisador foi promovido a um alto grau, como acontece com a pós-graduação. Assim, são doutores aqueles que têm o título de doutorado em alguma disciplina literária, artística ou científica.
Também está dicionarizado o uso da palavra para designar a classe dos médicos, como o exemplo na frase “O doutor veio examinar o doente”. Igualmente, a palavra “doutor” é um substantivo masculino, simples, singular.

Imagem O fato de ainda usarmos “doutor” antes dos nomes de médicos e advogados reflete a estagnação social ainda vivida pelos brasileiros. Na foto, Favela Jaqueline, do distrito de Vila Sônia (São Paulo), mostra que a desigualdade social é uma das principais características do Brasil
Duas acepções, porém, podem causar certo espanto por parte do leitor. Estão catalogados dois usos da palavra: como forma de tratamento respeitoso, usado em reconhecimento de superioridade na hierarquia social; e também no teatro, para o personagem da commedia dell'arte arrolado na categoria dos patrões (geralmente médico ou advogado). Talvez esse espanto venha da percepção de que a língua não é inocente – em cada palavra que usamos (ou que não usamos) mora ideologias, relações de poder e valores salpicados no discurso.
Nas duas acepções, temos o uso de “doutor” para médicos e advogados, profissões que desde o Brasil Império são ícones das classes sociais mais abastadas. Ainda hoje não podemos negar que tais carreiras são as preferidas pelas classes A e B, mas felizmente a situação econômica do país mudou – e a língua deveria mudar junto com as mudanças sociais, se é que os valores da sociedade mudaram da mesma forma que a situação econômica.
Historicamente, o estabelecimento dessa palavra se deu na nossa língua para marcar uma distinção classista (e racista) como forma de distinguir aqueles mais ricos, que tiveram oportunidade de estudar, dos ignorantes e desprivilegiados. O uso dessa palavra nos casos de distinção social expressa uma falha antiga e atual, que deveria trazer vergonha para toda a população.

Não podemos deixar de ter em mente que, usado ao lado de nomes pessoais, a palavra “doutor” adquire função de pronome de tratamento, da mesma forma que “senhor” ou “Vossa Majestade”, por exemplo. Assim, quando ouvimos “O doutor fulano de tal”, a função de pronome está sendo exercida, assim como o reforço às diferenças sociais.
A jornalista Eliane Brum faz um apelo interessante em sua coluna na revista Época e nos deixa um ponto importante de reflexão para esta semana:
Assim, minha recusa ao “doutor” é um ato político. Um ato de resistência cotidiana, exercido de forma solitária na esperança de que um dia os bons dicionários digam algo assim, ao final das várias acepções do verbete “doutor”: “arcaísmo: no passado, era usado pelos mais pobres para tratar os mais ricos e também para marcar a superioridade de médicos e advogados, mas, com a queda da desigualdade socioeconômica e a ampliação dos direitos do cidadão, essa acepção caiu em desuso”. 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Aluno Lucas Mateus Magalhães, da Escola Adalice Remígio foi Classificado para Etapa Estadual da Olímpiada Brasileira de Língua Portuguesa

        Recebemos e-mail da Comissão Julgadora da Olímpiada Brasileira de Lingua Portuguesa, dando a felicíssima informação que o nosso aluno citado acima foi classificado na referida olímpiada, Veja o conteúdo do e-mail abaixo:

Parabéns! Um texto produzido em sua escola foi selecionado!


comissao@cenpec.org.br

para escolaadalice@gmail.com
Olimpíada de Língua
              Portuguesa - Escrevendo o Futuro
Olá,

Vimos informar que um texto produzido na sua escola foi selecionado para participar da etapa estadual da 3ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro.

Veja abaixo as informações sobre o texto classificado:
TÍTULO DO TEXTO: A arte do meu lugar
CATEGORIA: Poema
ALUNO(A) AUTOR(A): Lucas Mateus Magalhães dos Santos
PROFESSOR(A): Danielly Geisa Nunes da Paz
DIRETOR(A): Vania Reis de Freitas Almeida
ESCOLA: EMEF PROFª ADALICE REMIGIO GOMES
MUNICÍPIO/UF: Monteiro/PB
Enviamos os nossos cumprimentos ao(à) aluno(a), professor(a) e diretor(a). Parabéns pelo trabalho realizado!

As Comissões Julgadoras Estaduais farão a leitura e seleção no periodo de 22 de setembro a 17 de outubro. Caso o texto da sua escola seja selecionado como semifinalista, a equipe da Olimpíada entrará em contato novamente.


Acompanhe as notícias da Olimpíada pela Comunidade Virtual (
www.escrevendoofuturo.org.br)
.

Em caso de dúvida, entre em contato com nossa Central de Atendimento: 0800 771 9310.


Agradecemos pela participação e desejamos boa sorte!


Equipe da Olimpíada de Língua Portuguesa
Escrevendo o Futuro

Mais Fotos do Desfile Cívico de 7 de Setembro

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Por que a ingestão de alguns alimentos provoca aumento dos gases intestinais?

Imagem Lactobacillus fermentum - bactéria intestinal
Primeiramente, precisamos analisar o que são os gases intestinais e como eles são formados. Os principais gases formados em nosso intestino são o metano, o hidrogênio e o gás carbônico. Eles são produzidos pelas bactérias presentes no trato digestório, especificamente no intestino.

As bactérias intestinais necessitam de energia para sobreviverem e elas obtêm essa energia através do processo de fermentação, utilizando como fonte alguns alimentos que não são digeridos pelo sistema digestório humano. Esses alimentos são ricos em fibras ou amido resistente, que é um tipo específico de carboidrato. E como subproduto da fermentação, são gerados os gases, que são liberados no interior do intestino.

O que faz com que um alimento produza mais ou menos gases intestinais é a quantidade de compostos que não são digeridos pelo trato digestório, sendo que, quanto maior for a quantidade de fibras e amido resistente, maior será a chance de haver desconforto abdominal.

Imagem Repolhos
Para reduzir esse efeito, deve-se ingerir esses alimentos, quando em uma mesma refeição, em menor quantidade. Entretanto, é importante ressaltarmos que esses compostos são importantes para nossa saúde justamente por não serem digeridos, pois estão relacionados com o controle do peso, saciedade e controle glicêmico.

Alguns alimentos que provocam aumento de flatulência são: repolho, couve-flor, brócolis, banana verde, feijão, lentilha e mandioca.

Ainda Fotos do Desfile cívico de Monteiro