segunda-feira, 16 de abril de 2012

Mais Fotos da Pascoa



O lúdico como motivação nas aulas de Matemática

As atividades lúdicas (jogos, brincadeiras, brinquedos...) devem ser vivenciadas pelos educadores. É um ingrediente indispensável no relacionamento entre as pessoas, bem como uma possibilidade para que afetividade, prazer, autoconhecimento, cooperação, autonomia, imaginação e criatividade cresçam, permitindo que o outro construa por meio da alegria e do prazer de querer fazer e construir.

Quando crianças ou jovens brincam, demonstram prazer e alegria em aprender. Eles têm oportunidade de lidar com suas energias em busca da satisfação de seus desejos. E a curiosidade que os move para participar da brincadeira é, em certo sentido, a mesma que move os cientistas em suas pesquisas. Dessa forma é desejável buscar conciliar a alegria da brincadeira com a aprendizagem escolar.

Caminhos de aprendizagem

Vale salientar que o aspecto afetivo se encontra implícito no próprio ato de jogar, uma vez que o elemento mais importante é o envolvimento do indivíduo que brinca.

Ensinar Matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Nós, como educadores matemáticos, devemos procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, a concentração, estimulando a socialização e aumentando as interações do indivíduo com outras pessoas.

O uso de jogos e curiosidades no ensino da Matemática tem o objetivo de fazer com que os alunos gostem de aprender essa disciplina, mudando a rotina da classe e despertando o interesse do aluno envolvido. A aprendizagem através de jogos, como dominó, quebra-cabeça, palavras cruzadas, memória e outros permite que o aluno faça da aprendizagem um processo interessante e divertido.
Analisando as possibilidades do jogo no ensino da Matemática, percebemos vários momentos em que crianças e jovens, de maneira geral, exercem atividades com jogos em seu dia-a-dia, fora das salas de aula. Muitos desses jogos culturais e espontâneos, apresentam impregnados de noções matemáticas que são simplesmente vivenciadas durante sua ação no jogo.

O desenvolvimento do projeto Matemática e ludicidade buscou envolver os educandos nas brincadeiras, jogos e desafios apresentados e construídos. Os vários conteúdos matemáticos trabalhados de forma lúdica e prazerosa com os alunos do Ensino Fundamental (5ª a 8ª Séries) do Colégio Municipal Aurelino José de Oliveira (Candiba, BA) tiveram grande relevância. Os alunos perceberam que é possível aprender Matemática de forma lúdica, recreativa e divertida, tendo maior aprendizagem em relação aos conteúdos estudados, bem como contribuindo para o aumento da criatividade, criticidade e inventividade no ensino da Matemática.
Sandra Alves de Oliveira,
pedagoga e especialista em Matemática e Estatística,
professora no Departamento de Educação
de Guanambi, BA, Uneb.
Endereço eletrônico: soliveira4@hotmail.com
Artigo publicado na edição nº 377, jornal Mundo Jovem, junho de 2007, página 5.

Dinâmica
Estrada grupal
Objetivo:

Facilitar o conhecimento entre os participantes de um grupo;
Resolver situações-problema e desafios matemáticos.

Procedimentos:


1)
Distribuir a cada participante uma peça de um quebra-cabeça que, montado, formaria a imagem de uma estrada;
2)
Algumas peças possuem no verso uma pergunta, e outras, uma resposta. Na relação entre a pergunta e a resposta as peças se encaixam;
3)
Os participantes devem procurar, entre todos os outros participantes, a peça que irá completar a sua parte do quebra-cabeça;
4)
Formarão, então, duplas para falarem e discutirem o que sugerem os seus desafios;
5)
As duplas apresentam para o grupo, comentando sobre a pergunta e a resposta;
6)
Após as apresentações, o grupo é convidado a formar, com as peças já em dupla, o quebra-cabeça da estrada;
7)
Com a estrada construída, abrir para discussões e comentários no grupo;
8)
Fechamento da dinâmica.

Brincando com a Matemática


O professor organizará a competição, formando um número de equipes de acordo com o número de colunas de carteiras existentes na sala de aula. Os alunos estarão de pé, ao lado de suas carteiras. O professor anunciará, em voz alta, uma operação matemática cujo resultado final seja um número que só tenha um algarismo.
Exemplo:
3x5-12=?
Os alunos, em grupo, resolvem mentalmente a expressão e agrupam-se em círculo, na frente de sua coluna, dando os braços entre si, de acordo com o resultado (no exemplo acima devem participar apenas três alunos). Sairá vencedora a equipe que responder corretamente a expressão matemática, no menor tempo possível.
Fonte: SILVA, Elizabeth. “Recreação com jogos de matemática”. Rio de Janeiro: Sprint, 2001, p. 24.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Mais Fotos da Pascoa na Escola Adalice



Professora desenvolve método para dar aulas mais atrativas

Para motivar seus alunos de geografia, a professora Valéria Rodrigues Pereira prepara as aulas de forma a envolvê-los na aprendizagem. Ela organiza os procedimentos, seleciona o material e prepara atividades individuais e coletivas. “A motivação com as aulas passa por esse processo”, diz Valéria, que leciona na Escola de Ensino Fundamental e Médio Dona Noêmia Dias Perotti, em Mirandópolis, no interior paulista.

Os alunos escutam música antes de discutir os temas de geografia e elaboram mapas temáticos e cartazes. Também fazem entrevistas no bairro em que moram para abordar temas de interesse, como a exclusão digital.

A cada vez que dá início a um novo tema, a professora pergunta aos estudantes o que eles já sabem sobre o assunto. No quadro, ela registra as informações da turma e, em seguida, expõe um problema para iniciar a discussão. É a “questão problematizadora”, apresentada a debate, com uso de imagens, artigos, mapas ou tabelas. “Após essa etapa, fazemos um estudo com textos e mapas e, por meio de atividades dirigidas, retomamos o que o grupo abordara inicialmente para validar ou refutar com base na fundamentação teórica”, explica a professora.

Valéria também elabora projetos para apresentar aos alunos. Atualmente, ela desenvolve trabalho com o mapa do município. O propósito é transmitir aos estudantes noções de orientação, localização e uso do sítio urbano. A avaliação da aprendizagem é feita com o envolvimento dos estudantes nas discussões e na realização de atividades que tenham como prioridade itens como leitura, compreensão e argumentação diante de textos, mapas, gráficos e tabelas.

Com licenciatura plena e bacharelado em geografia, Valéria está há 12 anos no magistério. “Escolhi lecionar geografia porque é um campo de conhecimento que permite compreender os lugares, olhando ao mesmo tempo para a relação dinâmica que ocorre entre a sociedade e natureza”, diz. “Os frutos dessa relação são as contradições que se manifestam no tempo e no espaço.”

Ana Júlia Silva de Souza

Saiba mais no Jornal do Professor

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Paraíba Mulher macho Sim Senhor!

Givaneide Batista Leite - Conseguiu Concluir o Ensino Médio já na idade Avançada, exemplo para muitos jovens que tem todo tipo de benesses do governo e param por pura preguiça.

Carmita Menezes - Mesmo na sua idade bem madura dá um banho de vigor em muitos jovens desta presente geração, faz o bem por vocação aos mais carentes de Monteiro.

Educação em Direitos Humanos: de que se trata?*

Maria Victoria Benevides

A Educação em Direitos Humanos parte de três pontos essenciais: primeiro, é uma educação de natureza permanente, continuada e global. Segundo, é uma educação necessariamente voltada para a mudança, e terceiro, é uma inculcação de valores, para atingir corações e mentes e não apenas instrução, meramente transmissora de conhecimentos. Acrescente-se, ainda, e não menos importante, que ou esta educação é compartilhada por aqueles que estão envolvidos no processo educacional – os educadores e os educandos - ou ela não será educação e muito menos educação em direitos humanos. Tais pontos são premissas: a educação continuada, a educação para a mudança e a educação compreensiva, no sentido de ser compartilhada e de atingir tanto a razão quanto a emoção.

O que significa dizer que queremos trabalhar com Educação em Direitos Humanos? A Educação em Direitos Humanos é essencialmente a formação de uma cultura de respeito à dignidade humana através da promoção e da vivência dos valores da liberdade, da justiça, da igualdade, da solidariedade, da cooperação, da tolerância e da paz. Portanto, a formação desta cultura significa criar, influenciar, compartilhar e consolidar mentalidades, costumes, atitudes, hábitos e comportamentos que decorrem, todos, daqueles valores essenciais citados – os quais devem se transformar em práticas.

Quando falamos em cultura, é importante deixar claro que não estamos nos limitando a uma visão tradicional de cultura como conservação: dos costumes, das tradições, das crenças e dos valores. Pelo contrário, quando falamos em formação de uma cultura de respeito aos direitos humanos, à dignidade humana, estamos enfatizando, sobretudo no caso brasileiro, uma necessidade radical de mudança. Assim, falamos em cultura nos termos da mudança cultural, uma mudança que possa realmente mexer com o que está mais enraizado nas mentalidades, muitas vezes marcadas por preconceitos, por discriminação, pela não aceitação dos direitos de todos, pela não aceitação da diferença. Trata-se, portanto, de uma mudança cultural especialmente importante no Brasil, pois implica a derrocada de valores e costumes arraigados entre nós, decorrentes de vários fatores historicamente definidos: nosso longo período de escravidão, que significou exatamente a violação de todos os princípios de respeito à dignidade da pessoa humana, a começar pelo direito à vida; nossa política oligárquica e patrimonial; nosso sistema de ensino autoritário, elitista, e com uma preocupação muito mais voltada para a moral privada do que para a ética pública; nossa complacência com a corrupção, dos governantes e das elites, assim como em relação aos privilégios concedidos aos cidadãos ditos de primeira classe ou acima de qualquer suspeita; nosso descaso com a violência, quando ela é exercida exclusivamente contra os pobres e os socialmente discriminados; nossas práticas religiosas essencialmente ligadas ao valor da caridade em detrimento do valor da justiça; nosso sistema familiar patriarcal e machista; nossa sociedade racista e preconceituosa contra todos os considerados diferentes; nosso desinteresse pela participação cidadã e pelo associativismo solidário; nosso individualismo consumista, decorrente de uma falsa idéia de “modernidade”.

A mudança cultural necessária deve levar ao enfrentamento de tal herança e ainda ser instrumento de reação a duas grandes deturpações que fermentam em nosso meio social - como parte de uma certa “cultura política”- em relação ao entendimento do que sejam direitos humanos. A primeira delas, muito comentada atualmente e bastante difundida na sociedade, inclusive entre as classes populares, refere-se à identificação entre direitos humanos e direitos da marginalidade, ou seja, são vistos como “direitos dos bandidos contra os direitos das pessoas de bem”. Essa deturpação decorre certamente da ignorância e da desinformação mas também de uma perversa e eficiente manipulação, sobretudo nos meios de comunicação de massa, como ocorre com certos programas de rádio e televisão, voltados para a exploração sensacionalista da violência e da miséria humana. A segunda deturpação, evidente nos meios de maior nível de instrução (meio acadêmico, mas também de políticos e empresários), refere-se à crença de que direitos humanos se reduzem essencialmente às liberdades individuais do liberalismo clássico e, portanto, não se consideram como direitos fundamentais os direitos sociais, os direitos de solidariedade universal. Nesse sentido, os liberais adeptos dessa crença aceitam a defesa dos direitos humanos como direitos civis e políticos, direitos individuais à segurança e à propriedade; mas não aceitam a legitimidade da reivindicação, em nome dos direitos humanos, dos direitos econômicos e sociais, a serem usufruídos individual ou coletivamente, ou seja, aqueles vinculados ao mundo do trabalho, à educação, à saúde, à previdência e seguridade social etc.

Com tal quadro histórico e com tais deturpações - muitas vezes conscientes e deliberadas, de grupos ou pessoas interessadas em desmoralizar a luta pelos direitos humanos, porque querem manter seus privilégios ou porque querem controlar e usar a violência, sobretudo a institucional, apenas contra os pobres, contra aqueles considerados “classes perigosas”- reafirmamos que uma educação em direitos humanos só pode ser uma educação para a mudança, e não para a conservação. Embora insistamos na idéia de cultura, trata-se da criação de uma nova cultura de respeito à dignidade humana; portanto, o termo cultura só tem sentido como mudança cultural.

Esse quadro bastante negativo sobre a realidade histórica e contemporânea do Brasil não deve ser um empecilho para o nosso trabalho; pelo contrário, deve ser incentivo para procurar mudar. Podemos ser razoavelmente otimistas, pois já existem várias iniciativas de grupos de defesa de direitos humanos, no sistema de ensino público e privado, nos movimentos sociais e nas ONGs em geral – inclusive a Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos que patrocina este encontro – além dos órgãos oficiais, como no caso da Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania no Estado de São Paulo. Portanto, ser a favor de uma educação que significa a formação de uma cultura de respeito à dignidade da pessoa humana, significa querer uma mudança cultural, que se dará através de um processo educativo. Significa essencialmente que queremos outra sociedade, que não estamos satisfeitos com os valores que embasam esta sociedade e queremos outros.

Como a minha fala é introdutória a este Seminário, cumpre lembrar o que são direitos humanos. São aqueles direitos considerados fundamentais a todos os seres humanos, sem quaisquer distinções de sexo, nacionalidade, etnia, cor da pele, faixa etária, classe social, profissão, condição de saúde física e mental, opinião política, religião, nível de instrução e julgamento moral.

Uma compreensão histórica de direitos humanos traz como eixo principal e óbvio o reconhecimento do direito à vida, sem o qual todos os demais direitos perdem o sentido. Costuma-se falar, apenas por uma questão didática, em gerações de direitos humanos; não se trata de gerações no sentido biológico, do que nasce, cresce e morre, mas no sentido histórico, de uma superação com complementaridade, e que pode também ser entendida como uma dimensão. A primeira geração, contemporânea das revoluções burguesas do final do século 18 e de todo o século 19, é a dos direitos civis e das liberdades individuais, liberdades consagradas pelo liberalismo, quando o direito do cidadão dirige-se contra a opressão do Estado ou de poderes arbitrários, contra as perseguições políticas e religiosas, a liberdade de viver sem medo. Dessa importantíssima primeira geração, ou dimensão, são os direitos de locomoção, de propriedade, de segurança e integridade física, de justiça, expressão e opinião. Tais liberdades surgem oficialmente nas Declarações de Direitos, documentos das revoluções burguesas do final do século 18 ( na França e nos Estados Unidos) e foram acolhidas em diversas Constituições do século 19. A segunda geração, que não abrange apenas os indivíduos, mas os grupos sociais, surge no início do século 20 na esteira das lutas operárias e do pensamento socialista na Europa Ocidental, explicitando-se, na prática, nas experiências da social-democracia, para consolidar-se, ao longo do século, nas formas do Estado do Bem Estar Social. Refere-se ao conjunto dos direitos sociais, econômicos e culturais: os de caráter trabalhista, como salário justo, férias, previdência e seguridade social e os de caráter social mais geral, independentemente de vínculo empregatício, como saúde, educação, habitação, acesso aos bens culturais etc. Em complemento às duas gerações, a terceira dimensão inclui os direitos coletivos da humanidade, como direito à paz, ao desenvolvimento, à autodeterminação dos povos, ao patrimônio científico, tecnológico e cultural da humanidade, ao meio ambiente ecologicamente preservado; são os direitos ditos de solidariedade planetária. Tais gerações mostram como continua viva a bandeira da revolução francesa: a liberdade, a igualdade e a solidariedade. A liberdade nos primeiros direitos civis e individuais, a igualdade nos direitos sociais, a solidariedade como responsabilidade social pelos mais fracos e em relação aos direitos da humanidade.

Direitos humanos são fundamentais porque são indispensáveis para a vida com dignidade. Quando insistimos nessa questão da dignidade, muitas vezes esbarramos numa certa incompreensão, como se o termo fosse indefinível e tratasse de algo extremamente abstrato em relação à concretude do ser humano. Portanto, é importante tentar esclarecer o que entendemos por dignidade da pessoa humana. Sabemos, sem dúvida, identificar um comportamento indigno; por exemplo, omissão de socorro nos hospitais, abandono dos idosos na fila do INPS, desprezo pelos direitos dos mendigos, das crianças de rua, dos desempregados, dos excluídos de toda sorte, são indignidades.

Mas de onde vem esta idéia de dignidade? Porque ela é central no nosso processo educativo?

Durante muito tempo o fundamento da concepção de dignidade podia ser buscado na esfera sobrenatural da revelação religiosa, da criação divina – o ser humano criado à imagem e semelhança do Criador. Ou, então, numa abstração metafísica sobre aquilo que seria próprio da natureza humana, o que sempre levou a discussões filosóficas sobre a essência da natureza humana. Independentemente dessas polêmicas, aqueles que são religiosos ou espiritualistas têm um motivo a mais para se preocupar com a dignidade da pessoa humana, se acreditam na criação divina, na afirmação de que todos somos irmãos, nessa fraternidade que vem da religião, como no caso, dentre outros, do cristianismo. Hoje, numa visão mais contemporânea, percebemos como todos os textos nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos explicam a dignidade pela própria transcendência do ser humano, ou seja, foi o homem que criou ele mesmo o Direito. Ele mesmo criou as formas da idéia de dignidade em grandes textos normativos que podem ser sintetizados no artigo 1º da Declaração Internacional de Direitos Humanos de 1948: “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”. Esta formulação decorre da própria reflexão do ser humano que à ela chegou de uma maneira que é historicamente dada.

Foi uma grande revolução no pensamento e na história da humanidade chegar à reflexão conclusiva de que todos os seres humanos detêm a mesma dignidade. É evidente que nos regimes que praticam a escravidão, ou qualquer tipo de discriminação por motivos sociais, políticos, religiosos e étnicos não vigora tal compreensão da dignidade universal, pois neles a dignidade é entendida como um atributo de apenas alguns, aqueles que pertençam a um determinado grupo.

A dignidade do ser humano não repousa apenas na racionalidade; no processo educativo procuramos atingir a razão, mas também a emoção, isto é, corações e mentes – pois o homem não é apenas um ser que pensa e raciocina, mas que chora e que ri, que é capaz de amar e de odiar, que é capaz de sentir indignação e enternecimento, que é capaz da criação estética. Unamuno dizia que o que mais nos diferencia dos outros animais é o sentimento, e não a racionalidade. O homem é um ser essencialmente moral, ou seja, o seu comportamento racional estará sempre sujeito a juízos sobre o bem e o mal. Nenhum outro ser no mundo pode ser assim apreciado em termos de dever ser, da sua bondade ou da sua maldade. Portanto, o ser humano tem a sua dignidade explicitada através de características que são únicas e exclusivas da pessoa humana; além da liberdade como fonte da vida ética, só o ser humano é dotado de vontade, de preferências valorativas, de autonomia, de auto-consciência como o oposto da alienação. Só o ser humano tem a memória e a consciência de sua própria subjetividade, de sua própria história no tempo e no espaço e se enxerga como um sujeito no mundo, vivente e mortal. Só o ser humano tem sociabilidade, somente ele pode desenvolver suas virtualidades no sentido da cultura e do auto-aperfeiçoamento vivendo em sociedade e expressando-se através daquelas qualidades eminentes do ser humano como o amor, a razão e a criação estética, que são essencialmente comunicativas. É o único ser histórico, pois é o único que vive em perpétua transformação pela memória do passado e pelo projeto do futuro. Sua unidade existencial significa que o ser humano é único e insubstituível. Como dizia Kant, é o único ser cuja existência é um valor absoluto, é um fim em si e não um meio para outras coisas.

Os direitos humanos são naturais e universais, pois estão profundamente ligados à essência do ser humano, independentemente de qualquer ato normativo, e valem para todos ; são interdependentes e indivisíveis, pois não podemos separá-los, aceitando apenas os direitos individuais, ou só os sociais, ou só os de defesa ambiental.

Essa indivisibilidade é importante porque temos exemplos históricos, também no século XX, de regimes políticos que valorizaram exclusivamente os direitos sociais, como o regime soviético, em detrimento da liberdade; assim como temos vários regimes liberais que pregam a liberdade mas descartam a obrigatoriedade dos direitos sociais.

Direitos humanos são históricos, pois foram sendo reconhecidos e consagrados em determinados momentos históricos, e é possível pensarmos que novos direitos ainda podem ser identificados e consolidados. A história da humanidade comprova a evolução da consciência dos direitos; na Bíblia, por exemplo, lemos casos de aceitação de sacrifícios humanos e de escravidão. Os liberais da América, do Norte e dos Sul, conviviam com a posse de escravos, embora defendessem a liberdade e a igualdade de todos diante da lei. Direitos humanos são históricos na medida em que vão crescendo em abrangência e em profundidade, até que se consolidem na consciência universal. Hoje, por exemplo, reconhecemos que existe consciência universal de que a escravidão, seja por que motivo for, é uma violação radical dos direitos humanos, assim como a exploração do trabalho infantil, a dominação sobre as mulheres, as formas variadas de racismo e de discriminação por motivos religiosos, políticos, étnicos, sexuais etc. Os casos ainda existentes de escravidão, racismo e discriminação são veementemente condenados pelas entidades mundiais de defesa dos direitos humanos.

Quando falamos em educação em direitos humanos falamos também em educação para a cidadania. É preciso entender aqui que as duas propostas andam muito juntas, mas não são sinônimos. Basta lembrar, por exemplo, que todos os projetos oficiais, do Ministério da Educação às Secretarias Municipais e Estaduais afirmam que seu objetivo principal é a educação para a cidadania. No entanto, a concepção e as experiências são tão diferentes, em função de prefeituras e de governos, que o conceito de cidadania foi se esgarçando, não se tem certeza de que se fala sobre o mesmo tema. É bastante comum a idéia de educação para cidadania ser entendida como se fosse meramente uma educação moral e cívica. Ou seja, como se fosse necessário e suficiente pregar o culto à pátria, seus símbolos, heróis e datas históricas, assim como fomentar um nacionalismo ora ingênuo ora agressivo, sem a percepção de que a nação não é um todo homogêneo, mas um todo heterogêneo, com conflitos, classes sociais, grupos e interesses diferenciados.

Portanto, a idéia de educação para a cidadania não pode partir de uma visão da sociedade homogênea, como uma grande comunidade, nem permanecer no nível do civismo nacionalista. Torna-se necessário entender educação para a cidadania como formação do cidadão participativo e solidário, consciente de seus deveres e direitos – e, então, associá-la à educação em direitos humanos. Só assim teremos uma base para uma visão mais global do que seja uma educação democrática, que é, afinal, o que desejamos com a educação em direitos humanos, entendendo “democracia” no sentido mais radical – radical no sentido de raízes – ou seja, como o regime da soberania popular com pleno respeito aos direitos humanos. Não existe democracia sem direitos humanos, assim como não existe direitos humanos sem a prática da democracia. Em decorrência, podemos afirmar o que já vem sendo discutido em certos meios jurídicos como a quarta geração, ou dimensão, dos direitos humanos: o direito da humanidade à democracia.

É nesse sentido que nos referimos sempre à cidadania democrática. Existem casos de regimes políticos que levaram ao extremo a educação para a cidadania, em termos de mobilização cívica, mas não em termos de cidadania democrática. Regimes totalitários levaram ao extremo a formação do cidadão ligado à pátria, à nação, ao seu passado histórico, ao projeto do futuro. Aliás, regimes totalitários são aqueles que mais mobilizam os cidadãos para um tipo de educação cívica que não tem nada a ver com educação em direitos humanos, com educação democrática. Em meados do século XX regimes totalitários formaram cidadãos participantes, conscientes de uma missão cívica, porém cidadãos fascistas, nazistas, ou seja, cidadãos de um determinado regime que não era democrático. Portanto, nossa idéia de cidadania insere-se exclusivamente no quadro da democracia.

Em relação especificamente à educação em direitos humanos, o que desejamos? Que efeitos queremos com esse processo educativo? Queremos uma formação que leve em conta algumas premissas. Em primeiro lugar, o aprendizado deve estar ligado à vivência do valor da igualdade em dignidade e direitos para todos e deve propiciar o desenvolvimento de sentimentos e atitudes de cooperação e solidariedade. Ao mesmo tempo, a educação para a tolerância se impõe como um valor ativo vinculado à solidariedade e não apenas como tolerância passiva da mera aceitação do outro, com o qual pode-se não estar solidário. Em seguida, o aprendizado deve levar ao desenvolvimento da capacidade de se perceber as conseqüências pessoais e sociais de cada escolha. Ou seja, deve levar ao senso de responsabilidade. Esse processo educativo deve, ainda, visar à formação do cidadão participante, crítico, responsável e comprometido com a mudança daquelas práticas e condições da sociedade que violam ou negam os direitos humanos. Mais ainda, deve visar à formação de personalidades autônomas, intelectual e afetivamente, sujeitos de deveres e de direitos, capazes de julgar, escolher, tomar decisões, serem responsáveis e prontos para exigir que não apenas seus direitos, mas também os direitos dos outros sejam respeitados e cumpridos.

Uma questão que surge com muita freqüência quando debatemos o tema da educação em direitos humanos é : será realisticamente possível educar em direitos humanos? A questão tem pertinência, pois se trata, sem dúvida, de um processo extremamente complexo, difícil e a longo prazo. O educador em direitos humanos na escola, por exemplo, sabe que não terá resultados no final do ano, como ao ensinar uma matéria que será completada a medida que o conjunto daquele programa for bem entendido e avaliado pelos alunos. Trata-se de uma educação permanente e global, complexa e difícil, mas não impossível. É certamente uma utopia, mas que se realiza na própria tentativa de realizá-la, como afirma o educador Perez Aguirre, enfatizando que os direitos humanos terão sempre, nas sociedades contemporâneas, a dupla função de ser, ao mesmo tempo, crítica e utopia frente à realidade social.

O que será indispensável para este processo educativo, partindo-se da constatação de que, apesar das dificuldades, é possível desenvolver um processo educativo em direitos humanos?

Em primeiro lugar, o conhecimento dos direitos humanos, das suas garantias, das suas instituições de defesa e promoção, das declarações oficiais, de âmbito nacional e internacional, com a consciência de que os direitos humanos não são neutros, não são meramente declamações retóricas. Eles exigem certas atitudes e repelem outras. Portanto, exigem também uma vivência compartilhada. A palavra deverá sempre estar ligada a práticas, embasadas nos valores dos direitos humanos e na realidade social. Na escola, por exemplo, deverá estar vinculada à realidade concreta dos alunos, dos professores, dos diretores, dos funcionários, da comunidade que a cerca.

Onde podemos educar em direitos humanos? Temos várias opções, com diferentes veículos e estruturas educacionais. Podemos fazer uma escolha, dependendo dos recursos e das condições objetivas, sociais, locais e institucionais, de cada grupo, de cada entidade. Há que distinguir entre as possibilidades da educação formal e da educação informal. Na educação formal, a formação em direitos humanos será feita no sistema de ensino, desde a escola primária até a universidade. Na educação informal, será feita através dos movimentos sociais e populares, das diversas organizações não-governamentais – ONGs – , dos sindicatos, dos partidos, das associações, das igrejas, dos meios artísticos, e, muito especialmente, através dos meios de comunicação de massa, sobretudo a televisão.

Cumpre lembrar que esta educação formal na escola, desde a primária até a universidade e principalmente no sistema público do ensino, resultará mais viável se contar com o apoio dos órgãos oficiais, tanto ligados diretamente à educação como ligados à cultura, à justiça e defesa da cidadania. É por isso que valorizamos os planos oficiais, de educação em direitos humanos na escola, tanto no nível federal como nos níveis estadual e municipal – embora nem sempre vejamos seus resultados ou mesmo sua aplicação no quotidiano escolar. Se escolhemos a educação formal, constatamos como a escola pública é um locus privilegiado pois, por sua própria natureza, tende a promover um espírito mais igualitário, na medida em que os alunos, normalmente separados por barreiras de origem social, aí convivem. Na escola pública o diferente tende a ser mais visível e a vivência da igualdade, da tolerância e da solidariedade impõe-se com maior vigor. O objetivo maior desta educação na escola é fundamentar o espaço escolar como uma verdadeira esfera pública democrática.

Finalmente, quais seriam os pontos principais do conteúdo da educação em direitos humanos? Há um conteúdo óbvio, que decorre da própria definição de direitos humanos e do conhecimento sobre as gerações ou dimensões históricas, sobre as possibilidades de reivindicação e de garantias etc. Este conteúdo deve estar efetivamente vinculado a uma noção de direitos mas também de deveres, estes decorrentes das obrigações do cidadão e de seu compromisso com a solidariedade. É importante, ainda, que sejam mostradas as razões e as conseqüências da obediência a normas e regras de convivência. Em seguida, este conteúdo deve conter a discussão – para a vivência – dos grandes valores da ética republicana e da ética democrática. Os valores da ética republicana incluem o respeito às leis legitimamente elaboradas, a prioridade do bem público acima dos interesses pessoais ou grupais, e a noção da responsabilidade, ou seja, de prestação de contas de nossos atos como cidadãos. Por sua vez, os valores democráticos estão profundamente vinculados ao conjunto dos direitos humanos, os quais se resumem no valor da igualdade, no valor da liberdade e no valor da solidariedade.

Nas palestras seguintes está previsto um detalhamento sobre o encaminhamento metodológico desses fundamentos; mas é preciso deixar claro que o componente essencial ao escolhermos trabalhar na escola com um programa de direitos humanos é que ele será impossível se não estiver associado a práticas democráticas. Um grande educador como o Prof. José Mario Pires Azanha enfatiza, com o rigor de sempre, que de nada adiantará levar programas de direitos humanos para a escola, se a própria escola não é democrática na sua relação de respeito com os alunos, com os pais, com os professores, com os funcionários e com a comunidade que a cerca.

É nesse sentido que um programa de direitos humanos introduzido na escola serve, também, para questionar e enfrentar as suas próprias contradições e os conflitos no seu cotidiano.

Muito obrigada.



* Palestra de abertura do Seminário de Educação em Direitos Humanos, São Paulo, 18/02/2000. A autora agradece a importante contribuição do Prof. Fábio Konder Comparato.

** Professora de Sociologia da Faculdade de Educação da USP e vice-coordenadora da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Dilma comemora os 140 mil contratos firmados este ano

Financiamento estudantil

O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) registrou, somente este ano, 140 mil novos contratos. Hoje, no país, 500 mil estudantes cursam a educação superior com financiamento do Fies. Participam do programa 1.536 instituições de ensino superior particulares. O balanço foi apresentado pela presidenta da República, Dilma Rousseff, nesta segunda-feira, 9 de abril, no programa Café com a Presidenta. “Isso significa que nós vamos atingir quase o mesmo número de contratos, em quatro meses, do que tudo que fizemos no ano passado”, comemorou Dilma.

O registro, histórico, reflete o aumento da procura pelo Fies. Em 2010, foram implementadas mudanças para facilitar a contratação do financiamento. Entre elas, o prazo de quitação, agora de três vezes o tempo de uso do benefício, acrescido de 12 meses, com 18 meses de carência após a formatura. No caso de um curso com duração de quatro anos, por exemplo, o estudante terá 14 anos e meio para pagar, com juros de 3,4% ao ano, e pode financiar 100% da mensalidade. Além disso, estudantes de licenciatura e de medicina que atuarem nas redes públicas de educação e saúde amortizam 1% da dívida consolidada a cada mês de trabalho.

Estão dispensados da exigência do fiador os estudantes com renda familiar mensal por pessoa de até um salário mínimo e meio (R$ 933) matriculados em cursos de licenciatura e os bolsistas parciais do Programa Universidade para Todos (ProUni).


Assessoria de Comunicação Social


Confira a íntegra do pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff

Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article id=17660:dilma-comemora-os-140-mil-contratos-firmados-este-ano&catid=372 Itemid=86

comemoraçao da Pascoa na Escola Adalice



quarta-feira, 4 de abril de 2012

Fotos do evento de Meio Ambiente em Salgueiro



Breve Publicaremos mais!!!!

O VERDADEIRO SENTIDO DA PÁSCOA

O VERDADEIRO SENTIDO DA PÁSCOA

Por: Profº Jorge Schemes

É tempo de páscoa, é tempo de reflexão. Nada melhor do que uma história para ilustrar o verdadeiro espírito e significado desta data. Certa vez, numa pequena cidade do interior havia uma pequena, mas muito bem cuidada, escola pública de Ensino Fundamental. Nela, estudavam crianças e adolescentes de várias classes sociais. Havia nesta escola uma turma muito especial, era a 4ª série “c” da professora Kelen. Era uma turma especial porque nela estudava o pequeno e franzino Jeremias, uma criança muito inteligente, porém muito doente e com muitas limitações físicas. Kelen era uma professora comprometida e muita bem preparada. Amava o que fazia e amava mais ainda os seus alunos, os quais conhecia muito bem e chamava pelo nome. O carinho da turma pela professora era evidente. Todos os dias as crianças competiam entre si nas demonstrações de afeto à jovem professora. As aulas eram dinâmicas e muito bem planejadas, de tal maneira que os alunos sentiam prazer em participar do processo de ensino e aprendizagem. Era a semana que antecedia a semana da páscoa. Mais precisamente uma sexta-feira. No outro final de semana seria a data tão esperada. Todos na escola só falavam do que queriam ganhar, e é claro que os ovos de chocolate estavam no topo da lista dos presentes favoritos da criançada. E os alunos da professora Kelen não eram exceção. Estavam eufóricos com o clima festivo da data, afinal, ganhar presentes e chocolates nunca é demais quando se é criança. Diante do entusiasmo e motivação da turma, Kelen propôs um desafio aos seus alunos. Solicitou que todos participassem de coração. A professora pediu para que cada aluno e aluna da 4ª série “c” fizesse o seu melhor na confecção de um ovo de madeira. Todavia, este ovo de madeira deveria ser partido ao meio e oco por dentro. A turminha vibrou com a idéia, mas não demorou muito para que começassem a fazer perguntas. _ Professora, argumentou Priscila, não será fácil fazer este ovo sozinha, posso pedir a ajuda do meu avô? Kelen respondeu prontamente que sim, que todos poderiam pedir ajuda e aproveitou para explicar para toda a classe que o tamanho do ovo não importava, desde que ele fosse oco por dentro. Gustavo, que adorava pintar seus desenhos, logo perguntou: _ Podemos pintar e colorir o ovo de madeira professora? _ Claro que sim, respondeu Kelen, será ótimo que vocês usem toda criatividade possível. Enquanto a turma estava agitada e conversando uns com os outros sobre a confecção do ovo de madeira, Jeremias estava calado “no seu cantinho” e parecia um pouco preocupado. Foi então que um de seus colegas de sala percebeu isso e falou em voz alta: _ Mas professora, e o Jeremias? Como ele vai poder fazer este trabalho? A preocupação de Alberto tinha fundamento. É que Jeremias não tinha uma boa coordenação motora devido a problemas neurológicos, os quais o impediam de andar e movimentar braços e mãos normalmente, de modo que sua locomoção era lenta e os movimentos mais simples eram difíceis de realizar. A turma ainda não estava acostumada com Jeremias, pois ele estava com eles fazia apenas uns dois meses, desde que começaram as aulas naquele ano. Depois da fala de Alberto o burburinho foi cedendo lugar ao silêncio e os olhos de todos se voltaram para os fundos da sala de aula, atingindo diretamente o olhar assustado de Jeremias. A professora percebeu sua timidez e constrangimento e procurou ser muito sensível ao perguntar para Jeremias se ele gostaria de participar da atividade proposta. Jeremias tinha dificuldades até mesmo para se expressar verbalmente, embora sua inteligência fosse aguçada e sua capacidade cognitiva fosse uma das melhores da classe. Mesmo diante da situação e de suas limitações, Jeremias afirmou que gostaria de fazer o seu ovo de madeira, e disse mais, disse que a páscoa era sua data preferida. Kelen o elogiou e disse que acreditava no seu potencial e capacidade. A turma começou a conversar baixinho e dentre as conversas que foram surgindo logo apareceram aquelas preconceituosas. _ Será que Jeremias entendeu o que a professora pediu? _ Será que ele conseguirá fazer o seu ovo de madeira? _ Aposto que ele vai desistir na primeira tentativa! Argumentaram alguns alunos. Eles chegaram até a fazer apostas para ver se Jeremias iria fazer ou não o ovo de madeira. A aula estava quase acabando quando a professora interrompeu a conversa entusiasmada dos alunos e deu mais algumas orientações sobre a confecção do ovo de madeira. _ Meus queridos, ela disse; prestem atenção e anotem as seguintes orientações para o trabalho: vocês farão o ovo de madeira em duas metades e oco, mas deverão colocar algo dentro que simbolize a vida, porque a páscoa é a comemoração da vida. Coloquem o que quiserem. Vocês deverão trazer o ovo com algo dentro que seja um símbolo da vida até 5ª feira, para juntos, fazermos uma reflexão sobre o verdadeiro sentido da páscoa. _ Todos entenderam? Vocês têm alguma dúvida? Perguntou a professora. A classe toda demonstrou ter entendido a tarefa e logo começaram a falar sobre como seria feito o ovo de madeira. O sinal para o término de mais uma manhã de aula ecoou pelos corredores da escola. Os alunos foram para casa cheios de vontade para realizar a tarefa o quanto antes. Muitos disseram que já na segunda-feira estariam com o seu ovo de madeira pronto. Jeremias, como de costume, era o último a sair da sala devido a seus problemas de saúde, e como sempre se despedia da professora Kelen com um beijo, agradecendo-a por mais uma manhã de aprendizado. Na verdade, ele era um menino muito educado, e possuía uma personalidade agradável. Aquele final de semana passou voando. Na segunda-feira de manhã Kelen e seus alunos estavam de volta à escola. O comentário não poderia ser outro a não ser a confecção do ovo de madeira. Poucos notaram, mas Jeremias não foi para a aula naquela manhã. Os dias se passaram rapidamente, 3ª feira, 4ª feira e finalmente chegou o dia da apresentação do trabalho. Naquela 5ª feira pela manhã, todos os alunos, sem exceção, inclusive Jeremias que havia faltado três dias consecutivos, estavam presentes. Alguns tinham confeccionado seu ovo de madeira com muito capricho. Pedro era um deles e levou orgulhoso um ovo feito na marcenaria do seu tio. Era um ovo perfeito. Lindo. Todo colorido e brilhante. Os alunos foram entrando na sala e procurando seus lugares, um a um foram tirando seu ovo de madeira de dentro das mochilas escolares e colocando em cima da carteira. Jeremias foi o último aluno a sentar, mas não colocou nenhum ovo sobre a sua carteira. A expectativa era grande, todos queriam mostrar o que tinham colocado dentro do seu ovo de madeira. A professora os recebeu com alegria, e após as boas vindas os convidou a mostrar para a classe o que tinham feito. Tinha ovo de todo tamanho e cor. Os alunos tinham caprichado. A grande maioria havia solicitado ajuda de seus pais e parentes. Kelen perguntou: _ Quem gostaria de iniciar a apresentação? Pedro, que tinha o maior ovo de madeira da sala levantou-se e foi na frente da turma orgulhosamente. Antes de abri-lo, a professora perguntou se ele tinha colocado algo dentro que simbolizasse a vida, Pedro respondeu que sim, e ao abrir o ovo lá estava um grão de feijão brotando em cima de um pedaço de algodão embebido com água. O garoto disse entusiasmado: _ este é o meu símbolo da vida! Houve um murmurinho quase que geral, porque muitos outros tinham feito a mesma coisa, pois tinham aprendido esta experiência no final da 3ª série. Porém, Julia, uma menina alegre e inteligente, pediu para mostrar o seu ovo. Ao abri-lo, todos notaram que um líquido escorreu, era água. Julia afirmou emocionada: _ A água é símbolo da vida, pois sem ela não podemos existir! Nada sobrevive sem água! Assim, um a um os alunos foram apresentando seus trabalhos, sempre com a aprovação e os elogios da jovem professora Kelen. Quando parecia que todos já tinham mostrado e falado sobre seu ovo de madeira e o que tinham colocado dentro, a turma e a professora ouviram uma voz gritando: _ Professora, falta o Jeremias! Todos se voltaram para os fundos da sala onde Jeremias estava sentado. Neste momento, alguns alunos preconceituosos começaram a rir e dizer que Jeremias não tinha feito o trabalho. _ Ele não entendeu o que era para fazer professora! Disse Paulo. _ Eu sabia que ele não iria conseguir! Disse Ana. Kelen interrompeu imediatamente estes comentários e exigiu respeito ao colega. A classe ficou em silêncio. E antes que a professora pudesse perguntar se Jeremias tinha feito ou não o trabalho, todos ouviram uma voz rouca e tímida vinda do fundo da sala que dizia: _ Professora...Eu...Também...Fiz...Posso...? Era Jeremias. Ele tinha deixado seu ovo de madeira dentro da sua mochila, pois teve vergonha de mostrá-lo. Todos se surpreenderam quando Jeremias começou a tirar “algo” de dentro de sua mochila. Lentamente ele foi tirando e colocando sobre a sua carteira. E para surpresa de todos, lá estava “algo parecido” com um ovo de madeira. Parecido, porque tinha um formato diferente, era disforme e cheio de falhas. A classe começou a cochichar e a rir baixinho. A professora demonstrou que não estava gostando, e mais uma vez exigiu respeito ao colega. O ovo de madeira de Jeremias tinha sido feito por ele mesmo, com muita dificuldade e dedicação e sem a ajuda de ninguém. Não estava pintado e era o mais feio da classe. Perto dos outros trabalhos parecia um “lixo”. Mas a beleza não estava no exterior. Jeremias pediu para ir até na frente da classe. A professora e mais dois coleguinhas o ajudaram a se locomover enquanto ele segurava o seu ovo de madeira preso ao peito. Após chegar lá, Jeremias começou a falar com muita dificuldade. Kelen solicitou aos alunos que prestassem atenção. Jeremias disse emocionado: _ Isto aqui (mostrando seu ovo de madeira), não representa um ovo. Em seguida, ao separar as duas metades, todos na sala puderam perceber que “aquilo” estava oco por dentro, mas que não tinha nada dentro que simbolizasse a vida. Os alunos começaram a cochichar, mas bastou um olhar de repreensão da professora para que se calassem. Jeremias continuou com dificuldades: _ Isto...Representa a sepultura...De Jesus Cristo, e está vazio...Porque Ele ressuscitou dos mortos...Esse é o símbolo da páscoa...Jesus está vivo...A sepultura está vazia! Naquele momento, o verdadeiro espírito da páscoa começou a percorrer os corações. A professora, emocionada, deixou cair gotas de lágrimas. Jeremias tinha deixado uma mensagem que marcaria para sempre a vida de cada um naquela sala de aula. O sinal tocou em seguida e a professora se despediu de cada um desejando uma feliz páscoa. Aquele final de semana passou rápido como todo bom feriado. Na segunda-feira os alunos retornaram para a escola ansiosos para contar as novidades da páscoa. Uns queriam falar das celebrações em sua igreja, outros queriam mostrar o tamanho e a quantidade de ovos e doces que ganharam. Mas todos queriam compartilhar suas experiências. A sala da professora Kelen estava alvoroçada. Muitos tinham trazido balas e chocolates para a professora. Todos estavam presentes, menos Jeremias. Antes de iniciar a aula naquela manhã, kelen disse que tinha uma notícia triste para dar aos seus alunos. _ Queridos, disse ela com a voz embargada. Hoje pela manhã eu recebi um telefonema da família do Jeremias. Sua mãe estava muito triste e me disse que o Jeremias estava muito doente. Ela me disse que ele já estava lutando contra seus problemas de saúde fazia muitos anos, mas que ultimamente estava ficando cada vez pior. Ela me disse que ele amava vir para a escola, e que este era o melhor momento do seu dia. Queridos, infelizmente o Jeremias não veio hoje...(Kelen não conseguiu segurar as lágrimas), ele não veio hoje porque...Ontem à tarde ele foi internado as pressas no hospital municipal, mas não resistiu aos seus graves problemas de saúde e faleceu. O Jeremias está morto! A turma foi pega de surpresa e todos, sem exceção, se entristeceram e alguns até começaram a chorar. A professora teve dificuldades em acalmar a classe. Em seguida disse aos alunos que as aulas estavam suspensas, pois ela e os professores iriam ao funeral. Em seguida, Kelen convidou seus alunos e perguntou quantos também gostariam de ir. Todos levantaram as mãos. Vendo a disposição dos alunos, a professora fez um pedido inusitado. _ Será que vocês podem ir até suas casas buscar os ovos de madeira que fizeram para a páscoa? Como todos moravam perto da escola isso não parecia algo difícil ou impossível de fazer. A turma deixou o material na sala de aula e saiu correndo para buscar os ovos de madeira. Logo todos estavam de volta, cada um com seu ovo de madeira. Kelen pediu que todos tirassem o que havia dentro do ovo de madeira, que deixassem o ovo vazio, assim como Jeremias havia ensinado. Em seguida, todos pegaram o seu ovo de madeira vazio e foram andando até a casa de Jeremias, pois não ficava muito distante da escola. Ao chegarem lá, puderam observar um caixão branco onde o pequeno e frágil corpo de Jeremias estava sendo velado. Então, mais uma vez a professora fez um pedido aos seus alunos: _Por gentileza queridos alunos, disse ela, peguem os ovos de madeira que cada um de vocês fizeram e coloquem todos embaixo do esquife (caixão). Um a um, os alunos foram até onde estava o caixão de Jeremias e colocaram seu ovo de madeira aberto, sem nada dentro, vazio, assim como Jeremias havia ensinado. Cada um daqueles ovos simbolizava a esperança da ressurreição, simbolizava a vida e não a morte. Finalmente, todos puderam sentir a força espiritual do que Jeremias havia ensinado. Finalmente, todos puderam entender qual era o verdadeiro sentido da páscoa.

Obs: Dedico esta história a Kelen, Miriam e Jorge Gabriel.

terça-feira, 3 de abril de 2012

O Que é a Pascoa?

Páscoa (do hebraicoPessach, significando passagem através do grego Πάσχα) é um evento religioso cristão, normalmente considerado pelas igrejas ligadas a esta corrente religiosa como a maior e a mais importante festa da Cristandade. Na Páscoa os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo depois da sua morte por crucificação (ver Sexta-Feira Santa) que teria ocorrido nesta época do ano em 30 ou 33 da Era Comum. A Páscoa pode cair em uma data, entre 22 de março e 25 de abril. O termo pode referir-se também ao período do ano canônico que dura cerca de dois meses, desde o domingo de Páscoa até ao Pentecostes

Origem do nome

Os eventos da Páscoa teriam ocorrido durante o Pesah, data em que os judeus comemoram a libertação e fuga de seu povo escravizado no Egito.

A palavra Páscoa advém, exatamente do nome em hebraico da festa judaica à qual a Páscoa cristã está intimamente ligada, não só pelo sentido simbólico de “passagem”, comum às celebrações pagãs (passagem do inverno para a primavera) e judaicas (da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida), mas também pela posição da Páscoa no calendário, segundo os cálculos que se indicam a seguir.

No português, como em muitas outras línguas, a palavra Páscoa origina-se do hebraico Pesah. Os espanhóis chamam a festa de Pascua, os italianos de Pasqua e os franceses de Pâques.

Os termos "Easter" (Ishtar) e "Ostern" (em inglês e alemão, respectivamente) parecem não ter qualquer relação etimológica com o Pessach (Páscoa). As hipóteses mais aceitas relacionam os termos com Estremonat, nome de um antigo mês germânico, ou de Eostre, uma deusa germânica relacionada com a primavera que era homenageada todos os anos, no mês de Eostremonat, de acordo com o Venerável Beda, historiador inglês do século VII. Porém, é importante mencionar que Ishtar é cognata de Inanna e Astarte (Mitologia Suméria e Mitologia Fenícia), ambas ligadas a fertilidade, das quais provavelmente o mito de "Ostern", e consequentemente a Páscoa (direta e indiretamente), tiveram notórias influências.

Páscoa Cristã

A Páscoa cristã celebra a Ressurreição de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, seu corpo foi colocado em um sepulcro, onde ali permaneceu por três dias, até sua ressurreição. É o dia santo mais importante da religião cristã. Muitos costumes ligados ao período pascal originam-se dos festivais pagãos da primavera. Outros vêm da celebração do Pessach, ou Passover, a Páscoa judaica, que é uma das mais importantes festas do calendário judaico, celebrada por 8 dias e onde é comemorado o êxodo dos israelitas do Egito, da escravidão para a liberdade. Um ritual de passagem, assim como a "passagem" de Cristo, da morte para a vida.

A última ceia partilhada por Jesus Cristo e seus discípulos é narrada nos Evangelhos e é considerada, geralmente, um “sêder do pesach” – a refeição ritual que acompanha a festividade judaica, se nos ativermos à cronologia proposta pelos Evangelhos sinópticos. O Evangelho de João propõe uma cronologia distinta, ao situar a morte de Cristo por altura da hecatombe dos cordeiros do Pessach. Assim, a última ceia teria ocorrido um pouco antes desta mesma festividade.

A festa tradicional associa a imagem do coelho, um símbolo de fertilidade, e ovos pintados com cores brilhantes, representando a luz solar, dados como presentes. De fato, para entender o significado da Páscoa cristã atual, é necessário voltar para a Idade Média e lembrar os antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera, ou Esther – em inglês, Easter quer dizer Páscoa. Ostera (ou Ostara) é a deusa da Primavera, que segura um ovo em sua mão e observa um coelho, símbolo da fertilidade, pulando alegremente em redor de seus pés nus. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova vida. Ostara equivale, na mitologia grega, a Deméter. Na mitologia romana, é Ceres.[1]

Páscoa no Judaísmo

Segundo a Bíblia (Livro do Êxodo), Deus mandou 10 pragas sobre o Egito. Na última delas (Êxodo cap 12), disse Moisés que todos os primogênitos egípcios seriam exterminados (com a passagem do anjo da morte por sobre suas casas), mas os de Israel seriam poupados. Para isso, o povo de Israel deveria imolar um cordeiro, passar o sangue do cordeiro imolado sobre as portas de suas casas, e o anjo passaria por elas sem ferir seus primogênitos. Todos os demais primogênitos do Egito foram mortos, do filho do Faraó aos filhos dos prisioneiros. Isso causou intenso clamor dentre o povo egípcio, que culminou com a decisão do Faraó de libertar o povo de Israel, dando início ao Êxodo de Israel para a Terra Prometida.

A Bíblia judaica institui a celebração do Pessach em Êxodo 12, 14: Conservareis a memória daquele dia, celebrando-o como uma festa em honra de Adonai: Fareis isto de geração em geração, pois é uma instituição perpétua .

Tradições pagãs na Páscoa

Na Páscoa, é comum a prática de pintar ovos cozidos, decorando-os com desenhos e formas abstratas. Em grande parte dos países ainda é um costume comum, embora que em outros, os ovos tenham sido substítuidos por ovos de chocolate. No entanto, o costume não é citado na Bíblia. Portanto, este costume é uma alusão a antigos rituais pagãos. Ishtar ou Astarte é a deusa da fertilidade e do renascimento na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e mitologia germânica। A primavera, lebres e ovos pintados com runas eram os símbolos da fertilidade e renovação a ela associados. A lebre (e não o coelho) era seu símbolo. Suas sacerdotisas eram ditas capazes de prever o futuro observando as entranhas de uma lebre sacrificada. A lebre de Eostre pode ser vista na Lua cheia e, portanto, era naturalmente associada à Lua e às deusas lunares da fertilidade. De seus cultos pagãos originou-se a Páscoa (Easter, em inglês e Ostern em alemão), que foi absorvida e misturada pelas comemorações judaico-cristãs. Os antigos povos nórdicos comemoravam o festival de Eostre no dia 30 de Março. Eostre ou Ostera (no alemão mais antigo) significa “a Deusa da Aurora” (ou, novamente, o planeta Vênus). É uma deusa anglo-saxã, teutônica, da Primavera, da Ressurreição e do Renascimento. Ela deu nome ao Shabbat Pagão, que celebra o renascimento chamado de Ostara.

Fonte: wikipedia.com


Não gosta de matemática? A explicação é biológica

Não gosta de matemática e fica nervoso só de ver algumas equações? A resposta pode estar no seu cérebro. Mas não tem a ver com a sua capacidade intelectual. Tem a ver com a região do cérebro que controla as reações de medo. Mesmo alunos que vão bem na matéria podem sofrer desse mal, explicam os pesquisadores.

O problema foi identificado há 50 anos, mas nenhum cientista atentou para o fato de que a "ansiedade matemática" manifesta a si mesma em termos de atividade neurológica. Os pesquisadores descobriram que o "nervosismo" diante das equações é similar a outros tipos de fobia, como aranhas, cobras, altura. Com a descoberta, os cientistas vão desenvolver tratamentos para essa ansiedade. (vi no @PsychCentral)

Mantega anuncia medidas de incentivo à economia

BRASÍLIA - O ministro Guido Mantega começou a anunciar às 10h30m desta terça-feira um pacote de incentivo à economia brasileira. O governo quer estimular o crescimento econômico com a redução de tributos e a desoneração da folha de pagamento das empresas, entre outras medidas.

O anúncio começou com um panorama da economia global traçado pelo ministro. Ele destacou que o ano de 2012 será de baixo crescimento na economia internacional e a indústria é o setor que mais sofre. Mas disse que o "Brasil será um dos poucos paises em que em 2012 tera crescimento maior do que em 2011".

- Temos que continuar reduzindo o custo tributário, econômico e financeiro para dar competividade à economia brasileira. Essas medidas que estamos tomando hoje vão na direção de medidas que já vem sendo tomadas e constituem a estratégia de desenvolvimento brasileiro - declarou Mantega.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Escola Adalice Inicia Curso de Música em Parceria com o IFPB - Campus Monteiro



A Escola Adalice Remígio localizada na COHAB Mª das Dores Rafael de Menezes está realizando um curso de música na modalidade flauta doce. Os participantes serão os alunos da escola do 2º ao 9º ano, o aluno de música João do IFPB será um dos ministrantes do curso. As diretoras Vania Reis e Marinácia Martins enalteceram a parceria pujante com o IFPB e acreditam que as parcerias só estão começando. Nossa escola já conta com o Mais Educação, tendo aulas de dança, radiofonia, Cinema, futebol, etc. Nossa escola conta hoje com 379 alunos no Ensino Regular, 30 do EJA, Sala de Informática conquistada na atual gestão e uma sala de AEE (Atendedimento de Ensino Especial).