quinta-feira, 20 de junho de 2013

ART

Ponteio



Edu Lobo, um dos maiores compositores de canções e musicais brasileiros
Neste ano comemoramos 70 anos de vida de um dos maiores compositores da história da música popular brasileira, Edu Lobo. Natural do Rio de Janeiro, passou uma parte da sua vida em Recife/PE e iniciou seus estudos musicais junto ao acordeom, instrumento muito em voga, dado o sucesso do baião através da música de Luís Gonzaga. Depois de estudar Direito, começou a se interessar pelo violão, junto com outro grande nome da música popular, Théo de Barros.
Conheceu Vinícius de Moraes e, após compor Só me faz bem, não parou mais de escrever. Com um forte engajamento político, contribuiu de forma célebre com os ideais do Centro Popular de Cultura da UNE. Com músicas que buscavam retratar o modo de vida do povo brasileiro, levando-os à reflexão e à busca por transformações sociais, participou dos festivais com Arrastão, interpretado por Elis Regina, que se tornou um marco na história da música e dos próprios festivais.
Porém, em 1967, venceu o III Festival da Música Popular Brasileira promovido pela TV Record de São Paulo, onde despontou para o sucesso. Em um dos festivais mais disputados e marcantes da história, a música Ponteio concorreu com músicas importantes, como Alegria, Alegria, de Caetano VelosoDomingo no Parque, de Gilberto Gil e Roda Viva, de Chico Buarque de Holanda.

Composta por Edu Lobo e Capinam, ela descreve a ansiedade de um violeiro em confronto com a indagação dos que por ele passam. Com um ritmo até então só demonstrado através de seu amigo Théo de Barros na música Disparada, Edu Lobo traduz de forma magistral a tradição e os costumes de brasileiros distantes dos grandes centros urbanos, mais propriamente do eixo Rio-São Paulo, até então retratados nas principais obras compostas.
Essa e outras músicas marcam o princípio da mudança do gosto musical brasileiro, que estava centrado no samba e na bossa-nova. Mesmo com outros ritmos presentes, como o bolero, o baião e a Jovem Guarda, a música brasileira caminhava para sua afirmação de uma arte múltipla e única ao mesmo tempo. São os primeiros passos para a música popular que conhecemos hoje, única em sua multiplicidade.


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