segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

BREVE HISTÓRIA DA MUSCULAÇÃO

A musculação está na moda. No topo das atividades mais requisitadas nas academias brasileiras, a atividade é capaz de proporcionar perdas expressivas de calorias, tonificar os músculos e produzir um aumento gradual na força dos praticantes, além de melhorar o equilíbrio, a flexibilidade, a capacidade aeróbica e a coordenação. A atividade também é um auxílio no tratamento da obesidade e da atrofia muscular, além de ajudar a prevenir lesões e de beneficiar a reabilitação de pessoas submetidas a cirurgias. Especialistas avaliam que, sob orientação médica adequada, a musculação pode fortalecer os ossos e combater o desenvolvimento da osteoporose. Sua prática também pode beneficiar portadores de problemas de saúde como diabetes e hipertensão. Dentre os benefícios psicológicos, a atividade tende a proporcionar redução da ansiedade, diminuição do risco de depressão e melhora da autoestima. Somam-se, ainda, os benefícios sociais, especialmente o estímulo e a preservação das relações sociais. Por esses e outros motivos, a musculação, quando orientada por profissionais competentes, é indicada para homens e mulheres, adolescentes, adultos, gestantes e até mesmo pessoas idosas.

Engana-se quem imagina que a busca pelo corpo perfeito começou apenas nas décadas de 1970 e 80, com o sucesso, na televisão e no cinema, de brucutus como Arnold Schwarzenegger (que interpretou Conan e Exterminador do Futuro), Lou Ferrigno (o eterno Hulk da série de televisão) e Sylvester Stallone (famoso por papeis como Rambo e Rock, dentre outros). De fato, esse foi um momento de enorme popularização da musculação. Nessa época, a prática passou a receber maior atenção comercial, difundiu-se como esporte e estimulou o desenvolvimento de pesquisas em torno de suplementos, nutrição e dos polêmicos anabolizantes. Naturalmente que, no bojo dessas evoluções, também foram estudadas formas mais eficientes de treinamento, de modo a facilitar o ganho de força, volume e simetria, dentre outros resultados. Apesar da proficuidade desse período, estudos sobre a musculação estão longe de ser novos.
Embora seja difícil precisar quando e onde surgiram as primeiras manifestações de levantamento de peso voltadas para o ganho de força e volume muscular, costuma-se afirmar que o fascínio do homem pelo desenvolvimento de habilidades físicas pode ser rastreado até o início da história escrita, conforme suportam inúmeros textos antigos. Especialistas costumam citar registros de jogos de arremessos de pedras em gravuras presentes nas paredes de capelas funerárias do Egito Antigo, mostrando que, há 4500 anos, os homens já levantavam pesos como forma de exercício físico. Escavações realizadas na cidade de Olímpia, na Grécia, identificaram pedras com entalhes para as mãos. A descoberta levou à suposição de que esses objetos fossem utilizados para o treinamento com pesos desde a Antiguidade. Nesse contexto, aliás, a história de Milon, de Crotona, merece ser destacada. Discípulo do matemático Pitágoras, Milon sagrou-se vencedor dos Jogos Olímpicos por seis vezes seguidas. Personagem histórico, mas também lendário, Milon era dotado de enorme força muscular. Em certa ocasião, enquanto assistia lições de Pitágoras juntamente com vários discípulos do filósofo, o teto do local desabou e o atleta o sustentou com uma mão até que todos tivessem saído do recinto.

O treinamento de Milon para adquirir tamanha força tinha como princípio fundamental uma ideia utilizada até hoje: a evolução progressiva da carga. Conta-se que o grego treinava com um bezerro nas costas visando a aumentar a força dos membros inferiores. À medida que o animal crescia e se tornava mais pesado, Milon aumentava sua força. Quando o animal já tinha quatro anos e era bastante pesado, Milon teria sido capaz de carregá-lo por cerca de 120 metros. Com tanta força, Milon, de Crotona, pode ter sido o pai dos brucutus!

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