segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Proteína encontrada na saliva do carrapato-estrela apresenta promissora atividade anticoagulante e antitumoral.

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Novas esperanças para pacientes com câncer são possíveis na pesquisa realizada sob o comando da professora Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, diretora do laboratório de Bioquímica do Instituto Butantan e integrante do programa Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP, e publicada em novembro de 2012 na revista FAPESP.
O grupo de pesquisa comandado pela professora Ana Marisa encontrou uma proteína na glândula salivar do carrapato-estrela (Amblyomma cajennense) que apresenta, além da característica anticoagulante, promissora atividade antitumoral. Durante os experimentos, os pesquisadores observaram que a proteína, denominada Amblyomin-X, era capaz de matar apenas as células tumorais, mantendo íntegras as células sadias.
Segundo o estudo, a proteína Amblyomin-X é capaz de inibir a atividade proteossômica da célula, isto é, ela é capaz de inibir um complexo enzimático que tem por função a eliminação de proteínas indesejáveis à célula, mantendo assim a integridade celular. Dessa forma, a proteína atuaria induzindo a morte programada das células tumorais, processo conhecido como apoptose.

A bióloga Simone Simons, integrante do grupo de pesquisa da professora Ana Marisa, iniciou esse estudo em 2000, quando tinha como objetivo estudar o mecanismo de anticoagulação promovido pela saliva do carrapato-estrela. Devido à grande dificuldade para caracterizar bioquimicamente os componentes da saliva desse animal, os pesquisadores optaram por analisar os genes expressos na glândula salivar, na tentativa de encontrar o gene inibidor da coagulação.
Para surpresa dos pesquisadores, eles conseguiram identificar não só uma molécula com atividade inibitória do fator X, responsável pela formação da trombina, enzima chave para o processo de coagulação, como também descobriram que essa molécula era capaz de matar células tumorais, mantendo intactas as células sadias.
O projeto passou a ser direcionado para uma pesquisa antitumoral a partir de 2005 e, atualmente, reúne pesquisadores do laboratório de Bioquímica, além de profissionais da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), como o professor de oncologia Roger Chammas e o médico especialista em pâncreas José Jukemura. Há também a participação de um professor do Instituto de Química, Eduardo Reis, que atua em genômica e biologia molecular.
Os próximos passos da pesquisa são os testes pré-clínicos, que serão realizados por duas empresas brasileiras para verificar a toxicidade da proteína.

Fonte: www.clickideia.com.br

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