segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Cultura afro passa a integrar escola de comunidade rural em Monteiro




Com a participação de 167 alunos, 9 professores e comunidade, a Escola Bento Tenório de Sousa, da comunidade rural de Santa Catarina, realizou na segunda-feira (16) as atividades de culminância do Projeto “Raízes de Nossa Gente”, pelo qual as escolas da rede municipal de Monteiro estão trabalhando o estudo e a pesquisa da cultura afro com os reflexos na formação da sociedade brasileira.

Segundo a professora Suênia de Oliveira Tôrres, diretora da Escola Bento Tenório, o projeto vem sendo desenvolvido desde o início do ano letivo, integrando professores, alunos e comunidade. “O apoio total da Secretária Ana Lima e da prefeita Edna Henrique, com o envolvimento da comunidade escolar, tem proporcionado excelentes resultados para a educação em nosso município, e o sucesso desse projeto é um bom exemplo”, comentou a diretora.

As atividades constaram de apresentações da mazurca e capoeira, degustação de comidas típicas, exposição e palestras. Em cada disciplina foi trabalhada uma temática. A Língua Portuguesa mostrou poesia e rezas populares, enquanto História e Geografia apresentaram a história da África. A disciplina Língua Estrangeira mostrou os dialetos, enquanto na Matemática foram citados os primeiros matemáticos negros.

O poeta popular Expedito de Mocinha, residente na comunidade, apresentou um poema de sua autoria:

Escravidão

Era uma selvageria
Quando os negros escravizaram
O choro dos filhos brancos
Mães negras acalentaram
E o leite das mães negras
Filhos das brancas mamaram

Só é diferente a cor
Mas pra Deus também é gente
Se a mãe preta sente dor
A mãe branca também sente
Porque as dores das mães
Não pode ser diferente

Morra a branca e morra a negra
E botem em uma carreta
E leve pra o cemitério
Coloque em uma gaveta
Que depois ninguém separa
O pó da branca da preta

Lamentável a escravidão
Graças ao tempo moderno
Morra um branco e morra um negro
Lá no julgamento eterno
Pode o negro se salvar
E o branco ir pra o inferno

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